Há um caminho que se ilumina
um trilho que agora vejo
há uma luz ao fundo do túnel
Vejo um aceno
alguém me chama
oiço um apelo igual ao meu
caminho nessa direcção
nada tenho a perder
posso ganhar tudo
Há um rosto que me sorri
sem que lhe vislumbre o olhar
mas a presença faz-se sentir
há um perfume que me cativa
e que célere, reconheço
Tulipas
Há um vulto na minha frente
hesitante como eu
necessitado como eu
com urgência igual à minha
Escuto as suas dúvidas
tranquilo, digo ao que venho
nada prometo porque nada tenho
não peço nada, nada posso exigir
somos dois seres em pé de igualdade
somos o objectivo do outro
Oiço uma voz que pede calma
daremos um passo de cada vez
o tempo está do nosso lado
o que tiver de ser, será
o futuro é já ali
somos dois seres que querem ser apenas um
somos dois seres com um destino à nossa espera
Quero um corpo em meus braços
quero sentir-me abraçado
quero abraçar
sinto falta de um abraço de consolo
Quero uns lábios colados aos meus
quero beijar e ser beijado
sinto falta de um beijo ardente
Quero sentir um corpo junto do meu
quero amar e ser amado
sinto falta de amor
Quero alguém que me olhe
como nunca fui olhado
quero olhar alguém nos olhos
e sentir cumplicidade
Quero alguém que me sorria
quero sorrir para alguém
sinto falta de um sorriso cúmplice
Mereço ter um corpo nos braços
mereço ser abraçado
mereço um corpo amado
mereço um olhar apaixonado
mereço um sorriso incondicional
mereço ser feliz
A busca continua
porque a necessidade permanece
A questão é simples
apenas a resposta é incoerente
todos temos direito ao amor
todos temos direito à verdade
Como sabemos do amor?
Como sabemos a verdade?
Porque se calam as vozes?
Porque se selam os lábios?
Eu tenho direito ao amor
Eu tenho direito à verdade
Eu exijo a verdade
Porque mentem sobre o amor?
Porque negam a verdade?
Acaso não temos os mesmos direitos?
Custa assim tanto dar amor?
Custa assim tanto dizer a verdade?
Hesitações e omissões
desvios de raciocínio
que tentam esconder o amor
que tentam ocultar a verdade
Contradição de sentimentos?
Medos que se sobrepõem à verdade
Tens direito ao amor
tens direito a um real amor
não te escondas do amor
não fujas à verdade
tu tens direito à verdade
esta é a verdade
Sou feliz por ser assim como sou
nada tenho mas sempre me realizei
há uma esperança que se renovou
agora vou receber por tudo o que dei
O melhor que a minha existência tem
ainda estou à espera para o recolher
ela só me dá quando mais lhe convém
e eu tentarei humildemente agradecer
Nasci bem longe de qualquer luxo
cedo aprendi como me virar sozinho
tenho o meu mau feitio e estrebucho
mas também sei como exibir carinho
Nesta vida sou mais um autodidacta
vivo apenas e somente do meu modo
tenho-me dado muito bem até à data
com muito pouca coisa me incomodo
Sendo dono e senhor da minha verdade
a todas as balas ofereço o meu peito
por mim próprio sinto eterna vaidade
não considero que isso seja um defeito
Acredito piamente nas minhas razões
mas também sei assumir meus erros
nesta vida já tive bastas desilusões
alguns sentimentos ficaram perros
Sou um belo homem no essencial
a mais não poderei ser obrigado
assumo sem medos, sou especial
por mim, sei que estou apaixonado
Numa película de cinema estou inserido
mas não compreendo o fundamental
tenho dúvidas sobre o papel atribuído
serei mero figurante ou actor principal?
Quem escreveu esta curta metragem
não me elucidou sobre esta questão
o que pode fazer este meu personagem?
serei belo herói ou um monstro vilão?
Ninguém tem acesso a todo o argumento
querem que as minhas frases improvise
é exigida concentração todo o momento
não me será permitido nenhum deslize
Há muito tempo que não faço de actor
e temo defraudar todas as expectativas
sei que posso estar à altura, tenho valor
mas já falhei em demasiadas tentativas
Neste filme não há ponto nem direcção
cada um dos personagens é um enigma
seremos apenas actores de improvisação
e isso por vezes transforma-se em estigma
Não sei se é uma comédia ou um drama
pode ser um policial ou até um romance
não me disseram se há cenas nesta trama
e se as houver? Estarão ao meu alcance?
Darei o melhor de mim, o que for preciso
mesmo que a critica me seja toda adversa
tomarei as minhas cautelas, terei juízo
passemos à acção, acabou-se a conversa
Ânsias imberbes de voar em liberdade
novos horizontes, querer ir mais além
acções espontâneas em imaturidade
orelhas moucas, faz-se o que convém
Aliciamento barato, presa precipitada
a carne tem o poder de conseguir cegar
pela lascívia todos os avisos são nada
da armadilha ninguém consegue escapar
Apenas conversas fúteis, circunstanciais
diálogos de um só sentido, tema único
tempos passados que não voltam mais
experiência que me fez muito mais rico
Sabedoria que só as cabeçadas podem dar
aprende-se com os erros que são cometidos
quem não erra atira pedras, pode começar
não há dano, os telhados já estão partidos
Tudo na vida tem prazo de validade
exemplo do que digo é a própria vida
nada é para sempre, para a eternidade
urgências ficam com a validade vencida
São portas que se mantiveram abertas
permitindo a entrada a qualquer pessoa
ansiedades à espera de serem libertas
mas o tempo é cruel e não nos perdoa
Há necessidades que deixam de o ser
porque vagaroso é o seu atendimento
experiências que nunca se vão viver
e num ápice caem no esquecimento
Metas que ficam assim por alcançar
convertendo desejos em meras ilusões
fracassos que insistem em nos abraçar
e se transformam em grandes desilusões
Tudo na vida tem prazo de validade
há aptidões que nos fogem da mão
tudo se vai apagando com a idade
e quem sofre mais é afinal o coração
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