Poetisa de versos curtos
teus momentos são pérolas
diamantes lapidados a teu gosto
que encantam como a lua branca.
Jóias de uma coroa que te serve
e enfeitam a imagem de ti.
Brilhantes safiras palavreadas
num registo esmeralda.
Rubis de erudição da tua voz
de mil quilates, ouro e platina.
A tua ausência de opala
é um rio de triste cristal
que nos omite a riqueza
dos teus poemas de jade.
Poetisa de tom meigo e cordial
onde ficaram os teus cantos celestes
chorados pelos querubins?
Onde se escondem tuas palavras?
Sentimentos descritos com brevidade
mas nem por isso menos sentidos.
Onde está a poetisa dos versos curtos?
I
Faltam
Elementos
Libertadores.
Ingrata
Condição
Incoerente
Do
Amor
Desejado
Eterno
II
Fico
Esperando
Laivos
Independentes
Com
Insatisfação
Do
Amor
Delicadamente
Esperado
De ti poeta sem papas na língua
nasceram poemas sapatos
poemas espanadores
poemas silêncios
poemas ruidosos
poemas gritados
poemas sussurrados.
De ti poeta sem medos
nasceram poesias punhais
de lâminas afiadas
lâminas de serrilha
que feriram sem matar.
De ti poeta sem egoísmo
nasceram poemas louvores
poemas homenagem
poemas devoção.
De ti poeta sem terra
nasceram poesias respeito
poesias admiração
poesias amizade.
Por ti poeta sem tempo
nasceu a minha afeição
por um conceito maior
que revelaste ao mundo.
Como tu poeta da transparência
também eu quero ser poeta
quero ser tudo o que disserem
mas...
"poeta castrado... não!"
Leio a poesia consagrada
escrita pelos poetas mestres
e vou bebendo a sabedoria
que desejo ter em meus versos.
Leio os poemas mais afamados
escritos pelos poetas fundamentais
e tento aprender conceitos
que divinizem a minha poesia.
Leio os cantos mais sublimes
versejados pelas vozes exímias
e tento redigir meus textos
com sentimento e paixão.
Leio a poesia universal
inventada pelos trovadores
e procuro a excelência
estampada nas minhas letras.
Leio as palavras por forjar
compostas pelos poetas imortais
e sonho ser mais que rimador
mais que aprendiz de poeta.
Vastos mundos
realidades diferentes.
Sentimentos iguais
justificados na desigualdade.
Vidas distintas, certezas comuns
cada um com seu modo de expressar.
Poetas e poetisas de carne e osso
vozes anónimas que falam e explicam
os porquês da singularidade
dos seus pensamentos.
Punhos que riscam individualidade
em temas colectivos.
Vidas contadas em poesia
poemas que são vida.
Verbos de significâncias várias
adjectivações singulares.
Por cada sentimento mil explicações
por cada medo mil reacções
por cada poeta um olhar
em cada poema um trecho de vida.
Vivemos o que a vida nos dá
apenas enquanto estamos cá
seja realidade ou só fantasia
e andamos daqui para acolá
meio perdidos, ao Deus dará
cheios de tristeza ou alegria
Vivemos o que a vida oferece
ela faz tudo o que lhe apetece
nunca temos votos na matéria
em cada momento que aparece
existe alguém que se esquece
que a vida também é miséria
Vivemos como a vida deixa
de nós, ela nunca se queixa
o sofrimento é a nossa sina
somos nós quem a desleixa
e tememos quando se fecha
e tememos quando termina
Poeta que estás por vir
arqueólogo do futuro
que meus poemas vais desenterrar
a ti te peço delicadeza
perante o que agora escrevo.
Não tentes escavar significados
nada de oculto existe na minha poesia.
Não procures intenções escondidas
nos versos que fiz e faço.
Não queiras que meus poemas
sejam a tua vontade.
Não autopsies o meu legado.
A minha poesia não está
nem nunca estará morta
e sobreviverá à minha existência.
Todos os meus versos são claros
tal qual as estrelas têm luz própria.
Estes meus poemas que vais encontrar
ler
estudar
declamar
contestar
discutir
plagiar
são pedaços do meu sentir
trechos do meu pensar
momentos da minha vida.
A ti poeta do futuro
arqueólogo da minha obra
peço vergado pela humildade
não desfigures a minha poesia
não mates o que restará de mim
após a minha transformação.
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