Quando deixei estes irmãos Deuses à beira mar
segui o meu calvário, pus meus pés ao caminho
parti na certeza de por mim ficarem então a zelar
ficaram no meu coração "Nunca estarás sozinho"
Caminhei por montes e vales, de noite e de dia
até o cansaço ser muito e falar bem mais alto
muitos os rios que atravessei, fiz a travessia
subi e desci montes para acampar num planalto
Não vos sei mesmo dizer quantas horas eu dormi
mas há muito que não dormia assim tranquilo
ao acordar, fiquei pasmado com o que então vi
não acreditei nos meus olhos "O que é aquilo?"
Na minha frente estava um velho esfarrapado
que olhava para mim com demasiado interesse
à beira do rio tinha um simples bote atracado
fui ao seu encontro sem que nada me dissesse
"Quem és tu ó velho barqueiro?" inquiri curioso
ao que simplesmente respondeu "Sou Caronte"
Era velho, muito velho, diria mesmo muito idoso
"Trabalho neste rio que abarca todo o horizonte"
"Porque não entras no meu barco? Anda, vem"
"Não sai muito cara esta derradeira viagem"
Perguntei "Vais já partir? Não há mais ninguém?"
"O que posso eu querer ver na outra margem?"
Caronte não sabia ou não me queria responder
mas a resposta há muito tempo já eu a conhecia
este é o transporte para quem acaba de morrer
e conhecer o profundo Hades eu ainda não queria
"Ainda é cedo para essa travessia eu poder fazer"
"A minha vida não acabou, espera-me melhor"
Caronte perguntou "Que estás tu para aí a dizer?"
Respondi "Nada digo, sou filho de um Deus menor"
. Convite a todos os que qu...
. És aquela que mais amo - ...
. 2 ANOS
. Eu noutra plataforma
. Raízes