Segunda-feira, 20 de Outubro de 2008

Trabalho nas obras (2008)

Isto das obras não é como vocês pensam

isto das obras tem o que se lhe diga

para muitos os salários não compensam

e o que sobra no fim do dia é fadiga

 

Trabalho nas obras sem vergonha

o meu patrão até não é forreta

nem sempre se faz o que se sonha

o meu sonho, vocês sabem, é ser poeta

 

Mas enquanto o sonho não se realiza

lá vou eu para as obras trabalhar

aí nem tudo o que queremos se concretiza

mas há histórias que posso relatar

 

Para os que não trabalham nas obras

os que aí labutam são diferentes

contentam-se com restos, com sobras

e são tratados como deficientes

 

Sei o que falo, o que estou a dizer

não tenho problemas em falar

mais vergonhoso é nada fazer

do que nas obras trabalhar

 

Há muitos engenheiros e arquitectos

que nos tratam com bastante abuso

mais valiam se estivessem quietos

compreendê-los, eu me recuso

 

Vejam bem a situação que relato

ainda hoje na obra se passou

foi-nos entregue um género de ultimato

que a todos, sem excepção, pasmou

 

Dizia essa comunicação, e passo a citar

segurança no trabalho nunca é demais

os andaimes aprendam a montar

mas aprendam rápido, dêem aos pedais

 

Qual não foi o nosso espanto

ao ler como um andaime montar

"se tiverem sem chão liso a um canto

vocês só têm que cimentar"

 

Digam lá vocês agora em consciência

se nas obras são todos pedreiros

claro que não! digo por experiência

há montadores de tecto falso e serralheiros

 

Também há electricistas e canalizadores

todos fazemos muito lixo, muito entulho

e para os senhores doutores

damos dores de cabeça com o barulho

 

E agora pergunto eu com curiosidade

porque só falam do que lhes convém?

porque não tratam  da sujidade?

estão à espera de quem? 

 

Este louco poema já vai longo

tão grande como o monte de entulho

por isso vou parar, não me alongo

trabalho nas obras com orgulho

 

dedicado aos 6 mosqueteiros do tecto falso (eu incluído)

António Tomé (não me lembro do apelido)

Flavio "Cornelius"(o zuca)

Paulo Santos (o meu boss)

Emanuel Lomelino (manulomelino - moi méme)

Carlos "Pinguim" (vai-se lá saber porquê)

Charlie "Brown" (o zuca 2)

 

sinto-me: vingado
sugestões: sintam orgulho
publicado por manu às 20:36
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14 comentários:
De flavio a 22 de Outubro de 2008 às 19:34
aki e o segundo mosqueteiro flavio crepaldi , adorei o verso ainda bem que alguem pensa na nossa classe trabalhadora, juntos venceremos ate a ultima placa de gesso cartonado....um abraco da famllia zuca... heheheh
De manu a 22 de Outubro de 2008 às 20:16
Um muito obrigado pela visita, mosqueteiro. Um abraço para a familia e cuidado com o que comes ao jantar!
E para ti oh senhora cozinheira
faz uma canja para o Flávio melhorar
és a raínha dessa casa brasileira
mas ele amanhã tem de trabalhar

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