Ao longo da vida
foram tantos os caminhos
que percorri.
Trilhos frequentados
outros gastos pelo tempo
e pelo desuso.
Ao longo da vida
andei em linha recta
e em círculos
em busca de tudo e nada.
Andei por andar
ou com objectivos em mente.
Palmilhei quilómetros de incertezas
inverti marchas
forcei passagens
alterei rumos à última hora
repeti percursos.
Ao longo da vida
foram tantas as encruzilhadas
momentos de indecisão
urgência nas escolhas.
Andei tanto ao longo da vida
que gastei as solas das botas
e passei a andar descalço.
Agora
com os pés macerados
e a alma cansada
apenas peço um pouco de descanso
ou um novo par de botas.
De FatimaSoares a 29 de Setembro de 2010 às 17:23
Gostei imenso. E pede pouco meu amigo ou muito será? Descanso e um novo par de botas, que se gastaram a viver, em indecisões e sonhos, desenhados em circulo ou em recta... E tudo vai com as ilusões até os pés ficarem nús. Lindo gostei muito um beijinho.
De
manu a 29 de Setembro de 2010 às 17:36
Olá Fátima!
Nada como um pouco de humor para aliviar as tensões acumuladas ao longo dos caminhos da vida.
Beijos
Gostei particularmente do subtil toque de humor no final do poema. Ao ler o poema vieram-me à memória algumas imagens de Charlie Chaplin...vai-se lá saber porquê!!!!
Beijo MAIOR
De
manu a 5 de Outubro de 2010 às 23:53
Olá Ausenda!
Julgo que te referes àquela cena do barco em que ele tenta comer a sola do sapato!!!? Pensando bem acho que a história das nossas vidas é um pouco como andar de barco em mar alto. Já a questão das solas... já estivemos mais longe.
BEIJO GRANDE
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