És filha quinhentista, navegadora
cruzas os oceanos de lés a lés
procuras terra de paz acolhedora
onde possas descansar teus pés
és Ulisses de retorno a sua casa
em demanda hercúlea e sinuosa
és ave, qual Ícaro de uma só asa
que quer voar em ideia luminosa
és marinheiro em rude temporal
enfrentas o terrífico Adamastor
em ti não se alojará nenhum mal
depois de achares porto acolhedor
no fundo és apenas e somente tu
muito trilho pela frente tens ainda
ao contrário do que diz Belzebu
tu és mulher coragem, tu és linda
Estou neste comboio desgovernado
não existem estações ou apeadeiros
o meu troço parece ter terminado
por falta de mão de obra, pioneiros
enfrento nesta jornada vertiginosa
os receios de uma vida de solidão
não vislumbro via mais tortuosa
para descarrilar este pobre coração
tento parar esta marcha frenética
mas não encontro um único freio
resta-me preparar para o embate
não consigo distinguir a sinalética
quero parar mas não encontro meio
logo, logo fico fora deste combate
Na solidão da noite surge a insónia
nascem pensamentos e eu desespero
por calar e fazer toda esta cerimónia
e esperar que adivinhes que te quero
com o tempo vou perder qualidades
a idade não perdoa, está bom de ver
na noite sentem-se as necessidades
abraços e carícias que se querem ter
quero deixar de lado este meu sonho
quero transformá-lo numa realidade
quero abandonar este meu ser menino
quero largar este meu rosto tristonho
quero sentir-me em ti, com vontade
sinto falta do teu belo corpo feminino
Não sei para quem escrevo estas linhas
apenas sinto que assim devo escrever
algures neste mundo alguém me vai ler
e sentir estas palavras que são minhas
nada posso prometer, eu não tenho nada
além desta paixão pela escrita poética
tenho apenas inspiração quase patética
fruto do sentir desta minha alma penada
estou longe de ser um príncipe encantado
tenho o meu encanto sem ser belo ou feio
cheio de defeitos e virtudes fui educado
sou directo e bem humorado quanto basta
a minha vida tem sido apenas um recreio
e sinto que se está a tornar muito nefasta
Nem sempre a mensagem passa
o sentido fica perdido no espaço
hesitante, simplesmente disfarço
cruelmente, mais alguém disfarça
jogo de crianças, do gato e do rato
eu esquivo-me e tu foges de mim
eternas estas brincadeiras sem fim
uma recatadas, outras com aparato
meros fingimentos de parte a parte
uso abusivo da nossa poesia escrita
palavras espalhadas, puro desnorte
vontades declaradas através da arte
perícias de quem realmente acredita
são apenas jogos de azar e de sorte
Por um novo e belo amor que urge
meu apelo aqui e agora vou deixar
desejo saber como posso consolar
esta necessidade que sempre surge
sem planos ou ideias do que vem
estou vendado, não vejo quem és
pede-me e rogar-me-ei a teus pés
se me jurares dar somente o bem
prometo amar-te acima do mundo
dar o melhor que tenho em mim
usar o meu sentimento profundo
diz-me que palavras queres ouvir
fala da diferença entre não e sim
queres esta vida partilhar, dividir?
Posso vir a ser um poeta no futuro
mas neste momento isso é miragem
na progressão tenho grande margem
a escrever ainda sou muito imaturo
quero ser um poeta, vou dar no duro
porque nesta vida tudo tem um preço
sei o que eu já fiz e sei que o mereço
do que digo estou certo, mais seguro
não sei se tenho estilo próprio ou não
porque ainda sou bastante inconstante
faço os poemas como mais me apraz
dou o máximo de mim por esta paixão
às vezes sem pensar, de modo delirante
faço aquilo que gosto, como sou capaz
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