Pelo poeta que não sou, mas quero ser
escrevo estes versos, tento-me animar
quero debaixo destas quadras me abrigar
de todo o mal que me pode acontecer
por de poeta ser simplesmente aprendiz
ainda ter um longo caminho pela frente
nunca me poder assemelhar a essa gente
nem me empolgar com o que a gente diz
coloco os pés bem assentes neste chão
dou apenas e só os passos mais seguros
pelo amor à poesia, esta grande paixão
pedaços de mim reflectidos na escrita
consolo nestes momentos mais duros
a ti te agradeço deusa, poesia bendita
A fortuna não favorece os que mais merecem
digam-me quantos poetas viveram abastados
quantos em vida foram realmente endeusados
quais os que da pobreza e seus males padecem
como pode ser miserável a existência em poesia
quão injusta pode ser a vida perdida em versos
quem sabe onde estão os meus poemas dispersos
como posso fazer dos meus cantos odes à alegria
quero dar mais um passo rumo ao meu destino
as palavras que escrevo exigem que assim faça
mesmo quando escrevo em frenético desatino
terei de sofrer como sofreram os outros poetas
viver uma existência bem atarantada e esparsa
sem poder usar as minhas rimas mais correctas
Começo a ficar muito repetitivo
sinto esta urgência, necessidade
de exprimir toda a minha vontade
e explicar bem o meu real motivo
escrevo poesia, ou vou tentando
poemas livres ou mesmo sonetos
temas interessantes ou obsoletos
deste meu modo vou versejando
será que é dom? Não penso assim
é simplesmente paixão, acreditem
apenas escrevo sobre o que eu sei
o que penso está escrito por mim
só peço que reflictam e meditem
a poesia devia ter a força de lei
Alugo parte do meu coração
a quem dele souber cuidar
que o queira e saiba estimar
antes que o ponha a leilão
está limpo e é bem arejado
quase novo, tem pouco uso
só sofreu um único abuso
tratei dele, está arranjado
não é muito caro o aluguer
acho que é uma pechincha
este coração a baixo custo
está acessível a uma mulher
no amor ele até que capricha
é barato, não custa um tusto
Porque da verdade não fujo
muito já eu tenho perdido
sinto-me um naufrago marujo
que do mar está escondido
fico quieto, parado sem alarde
confesso ter algum receio
o tempo passou, pode já ser tarde
para viver a vida que anseio
limpei-me da poeira que me cobria
abri as janelas para arejar
afastei a dor que me oprimia
um novo EU quero libertar
paguei um preço muito elevado
por calar sentimentos felizes
no silêncio fui mal tratado
mea culpa, foram meus os deslizes
saio desta caverna escura
quero ver o brilho do sol
viver momentos de ternura
que o amor seja o meu farol
quero dar-me tal como sou
sou assim, nada posso fazer
a minha vida ainda agora começou
eu mereço, muito fiz por merecer
quem no meu corpo fizer garimpo
juro, um tesouro vai encontrar
vislumbrará um coração quase limpo
temo só que esteja prestes a secar
E se...
as palavras que leio fossem para mim?
Qual dedicatória camuflada,
mensagem codificada,
pedido de salvamento urgente,
convite para a vida
E se...
por qualquer motivo envergonhado
as palavras são outras
com significado escondido
como hipérboles indecifráveis?
E se...
me falta entendimento
ou confundo o alcance das palavras
e o real me escapa pelos dedos?
E se...
na insegurança da dúvida
algo em mim se refugia
e volta a incerteza do génio
instalando-se a confusão?
E se...
interpretar mal o texto,
der valor errado às palavras,
e me escapar a importância de uma virgula?
E se...
eu não estiver errado,
ler correctamente a mensagem,
decidir abrir o coração,
e contar tudo de mim?
E se...
nessa urgente necessidade de me dar
eu omitir um nome que seja
e esse nome me for exigido?
Se assim for...
mais uma oportunidade me passa diante dos olhos
e eu, cego pelo desconhecimento
acuso o destino
por ter cometido um erro
que me acompanhará até ao fim dos meus dias
Surge o mote para uma conversa
alguém dá uma resposta, opinião
que toda a blogosfera atravessa
e dá-se o início de uma discussão
palavras em verso são trocadas
quadras respondem a respostas
longas e simples as desgarradas
sequências de frases compostas
num ritual que não é novidade
vocábulos vêm e palavras vão
numa procissão de pensamentos
aproveita-se cada oportunidade
exercita-se a nossa inspiração
e desfruta-se de belos momentos
Este texto é dedicado a duas amigas que neste fim de Domingo me deram o prazer de umas desgarradas poéticas. Obrigado poetaporkedeusker e rosafogo pela vossa disponibilidade e boa disposição nesta brincadeira blogueira.
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