Nasces e logo aprendes a andar
caminhas cheio de cuidados
mas nem passos programados
as tuas quedas, podem evitar
e se caíres, que mal tem isso?
faz um simples compromisso
depois da queda volta a caminhar
A vida é assim, nada podes fazer
ou melhor, muito pode ser feito
ergue a cabeça, não fiques satisfeito
com as quedas muito podes aprender
basta que ao cair não sintas medo
e se sentires, nunca guardes segredo
se assim fizeres, mais feliz vais viver
É certo que as quedas podem magoar
e muitas deixam algumas cicatrizes
que com o tempo ganham raízes
e são bastante complicadas de sarar
mas há um remédio, ser persistente
mesmo se nas quedas és repetente
sê teimoso e nunca deixes de teimar
Trilha o teu caminho com segurança
faz uso da tua própria inteligência
age sempre com muita coerência
e nunca percas de vista, a esperança
não te escondas só porque caíste
lembra-te da força que em ti existe
desde os primeiros passos de criança
Tenho um amor, não faço segredo
porque minha vida é um livro aberto
nada escondo, está tudo a descoberto
dizendo a verdade não me dá medo
já o identifico como uma paixão
é a medicina para curar a solidão
deste amor não de desfaço tão cedo
Tenho um amor, em mim entranhado
que me comanda os passos, a vida
e só eu sei como com ele se lida
mesmo não sendo de todo complicado
só necessito um pouco de paciência
saber interagir com sã inteligência
e manter-me, a ele, muito dedicado
Tenho um amor que revelo ao mundo
onde me perco como num labirinto
confesso sem vergonha o que sinto
e este sentimento é bem profundo
sem este amor é como não respirar
é como ter pernas e não saber andar
é ter sede junto de um poço sem fundo
Tenho um amor e faço publicidade
muitos são os que ouvem o que digo
e elogiam o amor deste seu amigo
demonstrando toda sua amizade
palavras que oiço e me envaidecem
desses amigos que me enriquecem
e me enchem o coração de felicidade
Tenho um amor que anda disperso
sem, contudo, andar por aí perdido
é um amor que me é muito querido
é o que mais amo neste universo
pela primeira vez de forma discreta
amo a poesia, sou aprendiz de poeta
eis porque sou o Amadordoverso
Quero fazer amor contigo agora
em ti eu preciso me envolver
para aplacar este meu querer
sinto urgência pela demora
vem ficar aqui a meu lado
neste leito onde estou deitado
vem até mim, este que te adora
Quero-te perto de mim e beijar-te
perfumar-me com o teu suave odor
sentir nos lábios o teu doce sabor
ver o teu corpo como obra de arte
escrever em ti todos os meus poemas
livrar-me destes funestos dilemas
e da infelicidade, poder libertar-te
Quero sentir o corpo que me cativa
acariciá-lo até à extrema exaustão
sentir em ti a premente combustão
que suavizarei com a minha saliva
quero adivinhar em ti a fervura
levar-te-ei sem tréguas à loucura
é essa condição que me motiva
Quero, o teu corpo, poder sentir
neste meu corpo pleno de desejo
em teu regaço depositar um beijo
e se me deixares, poder repetir
quero fazer em ti todas as delicias
inundar-te com minhas carícias
e voltar a ver o teu rosto sorrir
Quero beijar-te de pólo a pólo
vou amimar esse corpo inteiro
serei o teu amante, o teu parceiro
juntos poderemos perder o controlo
não daremos conta dos segundos
estaremos ausentes noutros mundos
do universo seremos núcleo, miolo
Quero que te envolvas em mim
sentir-te aninhada no meu peito
dar-te o prazer a que tens direito
e deixar-te perpetuamente assim
fazer amor contigo ao sabor do vento
prolongar no tempo esse momento
esperando que ele não chegue ao fim
Quero sentir de ti, todo o calor
poder envolver-me em teus braços
superar todos os receios, embaraços
sem o estorvo de tabus, sem pudor
quero entrar em ti com delicadeza
desfrutar esse momento de beleza
quero, contigo, poder fazer amor
Quero ouvir da tua boca um gemido
ver acelerar o ritmo da tua respiração
sentir na pele a nossa transpiração
fruto desse acto, por ambos consentido
só assim concebo haver algum nexo
em unir os nossos corpos pelo sexo
e sentir o prazer por ambos merecido
Quero sentir em ti todo o prazer
que sentem dois corpos unidos
perder, por ti, todos os sentidos
e o momento não poder descrever
quero o teu corpo de lés a lés
ondular em ti ao sabor das marés
e quando acabar, voltar a fazer
Quero fazer amor contigo, mulher
chamar-te amor, doce, querida
voltar outra vez ao ponto de partida
é a ti que este meu corpo quer
ter-te em meus braços é urgente
digo aquilo que me vai na mente
e sempre direi o que ela quiser
Quero sussurrar nos teus ouvidos
e levar-te quase à inconsciência
conseguir ver-te em transparência
quando estiveres a perder os sentidos
salvar-te da insanidade por um triz
deixar no teu rosto um sorriso feliz
ao libertarmos os nossos fluidos
Quero-te a meu lado, na minha cama
nestes lençóis quero a tua nudez
poder amar-te uma e outra vez
pois, por ti meu corpo reclama
espero por ti, envolto em ansiedade
quero dar-te pedaços de felicidade
é por ti que este poema chama
Eis uma expressão do meu sentir
que exponho neste meu caderno
preciso deste meu exílio interno
de outro modo não consigo fugir
Já pedi ao tempo algumas tréguas
mas esse desejo, ele não concedeu
sinto o peso deste fardo que é meu
vejo a felicidade distante, a léguas
Indago o horizonte diante de mim
procuro dar ao sofrimento um fim
sei que tenho urgência em ser feliz
Preciso de achar um porto de abrigo
que me proteja de qualquer perigo
e atacar a infelicidade pela sua raiz
Este texto foi escrito no dia 12 de Junho 2009, na residencial onde estive hospedado durante a minha estadia em Tomar. Com ele encerro a publicação dos poemas feitos durante a minha ausência da blogosfea.
Com Tomar como pano de fundo
aqui estou eu, no topo da muralha
qual guerreiro de um outro mundo
preparando-me para uma batalha
Esquadrinho o horizonte de lés a lés
tento ver o inimigo sempre furtivo
quero vê-lo submisso aos meus pés
e nas masmorras mantê-lo cativo
Imagino os sinos a tocarem a rebate
anunciando a hora do duro combate
duas forças tremendas se defrontarão
A peleja começa a qualquer momento
sou eu contra os moinhos de vento
sofro como Quixote, de alucinação
Este texto foi escrito no topo das muralhas exteriores do Convento de Cristo em Tomar, no dia 12 de Junho 2009
Desta muralha vejo o mundo moderno
peço ao tempo que pare o seu caminho
quero ficar eternamente neste cantinho
escrevendo o que vejo, no meu caderno
desejo que o tempo hipnotize o mundo
que tudo fique parado, não mais avance
que a vida não passe por mim de relance
e me jogue num precipício mais fundo
quero, para sempre, sentir este momento
como se o tempo existisse só para mim
e nada mais fosse importante nesta vida
então o meu olhar perde-se no firmamento
todos os outros são estátuas de marfim
e eu posso, finalmente, curar esta ferida
Este texto foi escrito no topo da muralha exterior do Convento de Cristo em Tomar, no dia 12 de Junho 2009
À sombra desta árvore, estou sentado
contemplando a paisagem multicolor
pelo silêncio estou a ser abraçado
momento celeste e deveras inspirador
No sossego deste lugar milenar
aos pensamentos dou algum espaço
aqui sentado posso reflectir, pensar
ter ideias loucas sem embaraço
Abrem-se as portas da imaginação
tudo é permitido e autorizado
havendo em mim alguma inspiração
posso escrever até ficar cansado
Porque sou mesmo feliz a escrever
e pela escrita tenho uma paixão
aproveito este momento de lazer
e vou fazendo a minha criação
Tenho necessidade de me expressar
e faço-o através da minha poesia
é um modo de me poder revelar
mesmo sendo simples e sem mestria
São as palavras que se unem
formando os versos deste poema
ideias díspares que se fundem
dando a sensação de um só tema
À sombra desta árvore, estou sentado
e escrevo estas palavras no caderno
penso que a isto podia ficar habituado
não é o céu, mas está longe do inferno
Este texto foi escrito nos jardins interiores do Convento de Cristo em Tomar no dia 12 de Junho 2009
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