Quarta-feira, 24 de Junho de 2009

Nosso legado (2009)

Aos meus olhos apresenta-se a história

muralhas imponentes com memória

de tempos antigos, nosso passado

artefactos, palacetes e jardins floridos

vieram até nós, por outros construídos

tudo isto é nosso, foi-nos legado

 

Dos tempos feudais são sobreviventes

atravessaram eras, povos e gentes

resistindo à evolução do mundo

palco de fé declarada e devoção

pilares supremos do povo de então

religiosidade pura, sentir profundo

 

Casa da Ordem dos Templários

religiosos, guerreiros, solidários

que lutavam contra a heresia

em cruzadas pelo cristianismo

sob as leis de suposto humanismo

ou como diziam: Lutamos por cortesia!

 

No silêncio deste milenar jardim

embelezado para se mostrar assim

sente-se a força de antigamente

imagino o povo a refugiar-se

sob um caos ordeiro, instalar-se

protegendo-se de um ataque eminente

 

No interior das muralhas há de tudo

nada foi descurado, houve estudo

para acolher o povo em necessidade

alimentos e animais eram armazenados

para que em tempos mais complicados

se pudesse salvar toda a comunidade

 

Falo do que vejo à minha frente

e sinto orgulho da minha gente

que por aqui andou a edificar

também eles tinham as suas ambições

mas somos nós, actuais gerações

que da sua coragem estamos a beneficiar

 

Este texto foi escrito nos jardins interiores do Convento dos Templários de Tomar em 12 de Junho 2009

 

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Terça-feira, 23 de Junho de 2009

Como é triste (2009)

Como é triste sentir impotência

e no momento certo faltar reacção

agir sem manter a coerência

querer dizer sim, dizendo não

 

Como é triste ficar assim parado

e arrepender-me do que não fiz

ver com saudade todo o passado

e no presente não conseguir ser feliz

 

Como é triste o momento que passei

após a alegria fiquei entristecido

não me arrependo do que comecei

não acabar deixou-me constrangido

 

Como é triste querer e não fazer

só porque a cabeça não o permite

não adianta as justificações dizer

porque sei que a mente tem limite

 

Como é triste ser-se triste

e não viver sempre em alegria

por isso escrevo, caneta em riste

sou feliz ao fazer minha poesia

 

Este texto foi escrito no dia 11 de Junho 2009, no quarto da residencial onde estive hospedado, durante a minha estadia em Tomar.

 

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Segunda-feira, 22 de Junho de 2009

Hesitação (2009)

Na paz deste banco de jardim

penso no motivo desta viagem

quero um novo início para mim

será aqui o ponto de viragem?

 

Com o passado sempre presente

é complicado imaginar o futuro

e o descernimento está ausente

encontrar soluções será bem duro

 

Preciso reflectir bem a sério

do que para a vida eu pretendo

o que aí vem ainda é mistério

que quero ver se desvendo

 

Enquanto não encontro soluções

que me permitam ver mais claro

vivo apenas as minhas desilusões

completamente só, sem amparo

 

Estando desiludido levo a reboque

momentos infelizes de embaraço

impotente, sinto grande choque

e pergunto-me: Agora o que faço?

 

Tenho pena de viver este momento

cheio de tristeza no meu olhar

mas luto contra todo o sofrimento

para a felicidade poder alcançar

 

Este texto foi escrito num banco de jardim em Tomar no dia 11 de Junho 2009

 

 

 

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Domingo, 21 de Junho de 2009

Na esplanada (2009)

Numa esplanada junto ao Nabão

uma ponte velha salta à vista

deixo que se solte a inspiração

dou asas a esta veia de artista

 

transeuntes em constante movimento

num vai e vem, em fluxo permanente

mil ideias surgem no meu pensamento

energia que flúi e que agora se sente

 

liberdade sentida, pura satisfação

poesia que se faz, mais uma conquista

paisagem excelsa, digna de admiração

beleza natural, não há quem resista

 

palavras escritas, expressão de sentimento

poesia que se revela como sendo urgente

motes que aparecem num só momento

eis o meu sentir, também sinto como gente

 

Este texto foi escrito numa esplanada de Tomar, junto ao rio Nabão, em 11 de Junho 2009

 

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Sábado, 20 de Junho de 2009

O início (2009)

Eis a chegada eminente

a desconhecido apeadeiro

eu, um simples forasteiro

em terra de outra gente

 

Eis-me aqui, ó Tomar

cidade que não conheço

procuro o que mereço

quero-me aqui encontrar

 

Que seja aqui o início

da minha nova existência

longe da vida-precipício

 

Venha a mim a inteligência

longe da loucura , hospício

onde existe só decadência

 

este texto foi escrito no comboio regional (Lisboa-Tomar) entre Santa Cita e Tomar a 10 de Junho 2009

 

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Sexta-feira, 19 de Junho de 2009

Em viagem (2009)

Vou rumo ao desconhecido

onde só estive de passagem

curar um corpo ferido

eis a razão desta viagem

 

aqui, neste comboio, sentado

com esta caneta na mão

escrevo por estar inspirado

e nunca neguei a inspiração

 

vai ser curta a travessia

mas árdua a tarefa proposta

quero reencontrar a alegria

e na vida fazer nova aposta

 

de momento estou sem ideias

do que o futuro me dará

coisas lindas ou coisas feias

depois, logo se verá

 

quero aproveitar o momento

fazer um pouco de turismo

não dou lugar ao sentimento

farei uso de algum egoísmo

 

serão meus, estes dias

meus e dos meus poemas

idealizarei fantasias

e esquecerei os problemas

 

quero aproveitar a liberdade

que o afastamento me dá

visitarei uma nova cidade

estou quase a chegar lá

 

uma hora já se passou

desde que o comboio partiu

houve um apito que suou

e a inspiração logo surgiu

 

agora, a uma hora da chegada

caminho percorrido, metade

continua a mente inspirada

e assim escrevo com vontade

 

na poesia sempre fui feliz

mesmo no mau sentimento

só me arrependo do que não fiz

do resto não há arrependimento

 

palavras que solto no papel

quimeras de puro desejo

afasto-me da amargura, do fel

aproximo-me do que almejo

 

sinto-me vazio de emoção

sem sentimentos recalcados

agarro-me à minha razão

ultrapasso maus bocados

 

longa esta viagem espiritual

cujo desfecho desconheço

afinal sou apenas mortal

e de incertezas padeço

 

quero encontrar-me uma vez mais

e voltar ao que fui anteriormente

tomar as decisões mais racionais

e de novo, sentir-me gente

 

esta é a minha vontade

uma meta que me proponho

quero fazer uma realidade

partindo de um simples sonho

 

Este texto foi escrito durante a viagem no comboio regional (Lisboa-Tomar) no dia 10 de JUNHO 2009

 

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Quinta-feira, 18 de Junho de 2009

Reflexão II (2009)

Estou longe do meu pretérito dourado

tempo feliz, em que vivia despreocupado

e a vida era uma festa permanente

hoje vivo apenas e somente amargurado

sofro com saudades do meu passado

e, há muito que a felicidade está ausente

 

Quem me dera parar o tempo e voltar

aos tempos antigos e por lá ficar

sem aborrecimentos e preocupações

mas como não me é permitido regressar

só me resta este caminho continuar

e viver esta vida sem objecções

 

Mas que estou eu para aqui a dizer?

se esta vida que vivo não quero ter

porque estou farto de sofrimento

tenho que mudar, para a mente sã manter

da vida quero retirar todo o prazer

a acabar de vez com este tormento

 

Tenho direito à minha sanidade

quero expressar a minha liberdade

e ser mais eu, de agora em diante

não posso perder outra oportunidade

e continuar a viver na saudade

agarrado ao que já foi importante

 

Este texto foi escrito no dia 4 de Junho 2009

 

 

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publicado por manu às 20:55
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