Neste oceano emocional em que navego
dou tudo de mim, assim me entrego
mesmo acabando sempre magoado
e o barco afunda, isso eu não nego
nem vejo superfície, fico como cego
e na imunda lama estou atolado
A vida é bem cruel, comigo é ruim
sempre este fado triste, sem fim
que teima em não me abandonar
não haverá outro rumo para mim
que não me magoe tanto assim
e me deixe ao menos respirar?
Tanto sofrimento eu não mereço
a continuar assim, ainda enlouqueço
se é que já não estou louco
pela vida pago um elevado preço
e sei que assim não enriqueço
mas também me contento com pouco
Talvez seja esse o meu grande mal
contentar-me em ter apenas o trivial
andar pouco acima deste chão
talvez precise de um corte radical
ser menos colectivo, mais pessoal
e apenas a mim dar toda a atenção
Este texto foi escrito no dia 2 de Junho e com ele inicio a publicação dos textos escritos durante a minha ausência da blogosfera
Início de viagem, nova caminhada
eis um novo ponto de partida
uma vida que se quer reflectida
começar do zero, começar do nada
mudança há muito requerida
experimento a vida invertida
farto de tanta tentativa falhada
Finalmente inicia-se a viagem
incerteza de um rumo certo
afastamento para lugar concreto
acto audaz, de pura coragem
ansiedade que de mim liberto
viajante incógnito, secreto
na vida faço nova abordagem
Não fujo da vida, apenas a enfrento
tento alcançar satisfação
dar um bom uso à razão
e aproveitar o momento
revendo a minha situação
reflectindo na minha condição
e exorcizando um pensamento
Na minha vida mando eu
estando certo ou errado
não sou produto de mercado
que na feira se vendeu
por um mísero trocado
com preço inflacionado
sem o gosto que prometeu
Sou um ser de carne e osso
humano até à profunda raiz
tento na vida ser feliz
mas ainda me dista um fosso
obstáculo de forte matriz
não o pedi nem nunca o quis
mas estive no fundo do poço
Tento o meu lugar ao sol
quero a minha vida melhorar
mesmo que só consiga andar
a passo lento de caracol
a vida quero aproveitar
e dela poder realizar
o que realizou Alves Redol
Agora que estou em liberdade
sou eu quem controla a vida
que já dava por perdida
no sufoco da grande cidade
quero voltar a viver
com a vida me comprometer
e deixar de sentir saudade
Este desejo é só meu
quero e vou ser egoísta
dar ares de grande artista
agnóstico, sem religião, ateu
sem crenças nem valores
nem tampouco fazer favores
como no passado aconteceu
Neste trajecto que não partilho
não quero saber de ninguém
desculpa estas palavras, mãe
hoje não sou teu filho
sou um homem renovado
corto aqui com o passado
e o resto é um empecilho
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