A poesia corre em mim como um rio
e eu navego agarrado às suas crinas
fazer poemas protege-me deste frio
e o calor que emana, não o imaginas
Tento fazer o melhor com algum brio
és tu Sol que me aqueces e iluminas
és perpetuo na minha escrita de estio
e tu Lua porque razão me incriminas
Faço da poesia um lugar de salvação
onde encontro a paz em porto seguro
tentando afastar de mim esta solidão
Não sei o que posso esperar do futuro
logo aguento os pés assentes no chão
sei que sou aprendiz de poeta imaturo
Haiku nº6
Beijo sublime
Amor espontaneo
A satisfação
Haiku nº7
Vida amorfa
Humana nulidade
Tempo parado
Haiku nº8
Um sol que brilha
Ilumina caminhos
Brilha meu lindo
Haiku nº9
A vil tristeza
Natureza humana
Em sofrimento
Haiku nº10
Doce perfume
Odores envolventes
Flores amadas
I
Alto
Momento
Ocultando
Razão
II
Alienação
Modesta
Outrora
Respeitável
III
Atitudes
Matam
Outras
Regras
IV
Agora
Místico
Outrora
Realizável
V
Absorvo
Multíplos
Odores
Respiráveis
VI
Abstrair
Momentaneamente
Outras
Realidades
Haiku nº1
Eternamente
para todo o sempre
eternidade
Haiku nº2
Não sou infeliz
escrevo meus poemas
belo momento
Haiku nº3
Bela a vida
sorriso estampado
um rosto feliz
Haiku nº4
A chuva fria
em bátegas funestas
molha o mundo
Haiku nº5
Vento gelado
fustiga nossos rostos
é inclemente
Rituais penosos que revoltam
os gritos mudos que se soltam
ai! Este silêncio ensurdecedor
sonhos de felicidade roubados
princípios morais adulterados
sem vergonha do perpetuador
Sentimentos apenas explicados
por quem viveu maus bocados
sem ombro qu'aceite a verdade
medos que só os medos exortam
medos gastos que ainda voltam
provocando medos de ansiedade
Palavras nefastas que degolam
são como fogo lento e imolam
pura vileza, acto de sabotagem
medos eternos à alma colados
numa voz sem medo revelados
grito d'alerta, mulher coragem
Este poema é dedicado à escritora Antónia Serafim uma mulher coragem
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