Vislumbrei um Sol de tons brilhantes
que me deu ânimo, alguma esperança
vi esse Sol no sorriso de uma criança
lembrei-me do brilho que havia antes
Testemunhei o nascer de uma nova era
uma outra forma de encarar esta vida
com mais paz e alegria, menos sofrida
sublime como a chegada da Primavera
Nesse momento também eu me alegrei
tudo em meu redor era festa e euforia
como era sereno esse mundo d'encanto
Então, contra a minha vontade, acordei
o Sol no sorriso da criança eu não via
e desfiz-me em lágrimas, longo pranto
Leiam este artigo de hoje do DN sobre poesia
No ciclo de amigos que fazemos na vida
há alguém que nos desperta mais afeição
uma pessoa que considerada como irmão
vale bem cada instante d'amizade sentida
Para se viver uma existência bem vivida
sem remorsos, pesar, tristeza ou frustração
nada como sentir uma falta de obrigação
em coroar cada gesto d'amizade recebida
Ninguém quantifica o valor de um amigo
o carinho puro não exige nada em troca
faz-se tudo para se manter um camarada
Quem diz: Conto contigo... conta comigo!
sabe qual o sentimento que isso provoca
e sem amigos esta vida tem valor de nada
Amor é fogo que arde sem se ver
há muito tempo que eu oiço dizer
e ainda não sei se hei-de acreditar
o fogo queima, sinto o corpo arder
é dor que sinto, nada disto é prazer
por amor ninguém merece queimar
Amor é fogo que arde sem se ver
mas eu vejo o meu coração arder
e a minha alma está a acompanhar
esta dor estou decidido a combater
não vejo quem me possa socorrer
e este incêndio consiga apaziguar
Neste jardim encantado da poesia
desabrocham versos de mil cores
motes cuidados, perfeitos amores
palavras sábias em perfeita elegia
Neste jardim encantado da poesia
nascem poemas de vários odores
palavras com perfumes sedutores
aromas que se renovam cada dia
Neste jardim encantado da poesia
planto as sementes da minha verve
rego com amor este meu canteiro
Crio estas belas flores da fantasia
por este jardim meu sangue ferve
sou aprendiz de poeta e jardineiro
Estudo e releio as poesias dos mestres
tento apreender o que o poeta me diz
decifro poemas citadinos e campestres
com a atenção dum genuíno aprendiz
Capto o essencial dos versos lavrados
faço a minha análise, aclaro as ideias
pretendo subir ao nível dos aclamados
através destas minhas poesias plebeias
Sorvo o mais fundamental de cada um
abono ao meu estro doses de sabedoria
alimento-me seguindo o meu criterium
em cada verso maior mendigo energia
É nos poemas que recito que me educo
é pelas filosofias sapientes que me crio
encontro saber até num poema caduco
a força do lirismo aquece o meu estio
Em cada trova vislumbro a inspiração
que brota com violência dum tornado
por cada rima aflora o acto de criação
parte imponente dum trajecto iniciado
Haiku nº11
A vida é fria
Se nós estivermos sós
Sem amizades
Haiku nº12
A vil solidão
Vai matando aos poucos
Que morte lenta!
Haiku nº13
Amigos puros
Francos e verdadeiros
Amizade sã
Haiku nº14
Amor eterno
Não dá felicidade
Sei do que falo
Haiku nº15
Motes perfeitos
Sensatez resoluta
Palavras sábias
Oculto entre cada segundo
Temos o tempo que corre
Em ímpetos de vagabundo
Mordaz, nem lhe ocorre
Parar e olhar bem o mundo
Ocupado, assim se escorre
É cruel com quem o sente
Fugindo a todo o instante
Um mero libertino indigente
Goza por nos ser importante
Atroz, vilipendia toda a gente
Zomba por nos faltar, tratante
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