Numa sala cheia de fumo e gente
quando o silêncio a nós se agarra
ouve-se o trinar de uma guitarra
ouve-se a voz do fado comovente
Numa cadência certa e imponente
o fadista clama poesia com garra
a viola acompanha-o nesta farra
fado! Qual dos dois mais o sente
Cantiga boémia, bem portuguesa
bandeira de uma nação tamanha
pátria da melancolia, da saudade
Cantiga triste mas cheia de beleza
voz de um povo que a vida amanha
nosso fado, filho da portugalidade
Um cúpido de fraca visão
Alvejou-me negligente
E dez anos passados
O veneno da sua flecha
Ainda circula no meu sangue.
Um cúpido de má índole
Tentou remediar o seu erro
Acometendo-me de cobardia
Calando a minha voz
Impedindo-me de expressar
A natureza do amor injectado.
Um cúpido inábil
Não satisfeito com o duplo erro
E não tendo antídoto para o veneno
Procurou minimizar a incompetência
Com o acumular de desacertos
E a minha vida encheu-se de nevoeiro.
Deixei de ser humano como os demais
Passei a ser uma cobaia
Nas mãos do cúpido.
* Poema extraído do meu livro AMADOR DO VERSO
Em cada poema que faço acrescento mais um elo
Numa corrente que sou eu, assim me apresento
Com cada poema que escrevo ganho novo alento
Sigo a ser o que era, nem mais feio nem mais belo
Nos poemas exponho o meu carácter sem medos
Sou mais extrovertido sem deixar de ser genuíno
Posso perder algumas coisas mas não me arruíno
Só por me revelar como sou sem ocultar segredos
Nasci no mundo, sou de todos sem ser de ninguém
Aqui me têm de alma nua sem qualquer preconceito
Este sou eu na mais verdadeira das minhas formas
Prefiro ser assim real, este é o jeito que me convém
Não quero ser visto ou entendido como ser perfeito
Porque bem vistas as coisas nunca segui as normas
* Poema extraído do meu livro AMADOR DO VERSO e citado pela AUSENDA HILÁRIO no seu prefácio.
O meu mundo desmorona-se peça por peça
Para além de mim, não há quem o impeça
Eu não tenho vontade nenhuma de o impedir
Se tudo em volta ruir, ficam os escombros
Aproveito e sacudo todo o peso dos ombros
Não sobrará um grão de poeira por sacudir
Meu mundo desmorona-se neste momento
Sinceramente eu digo que não o lamento
Pouco do que tenho me poderá fazer falta
Apenas quero guardar os livros de poesia
Somente eles me deram motivos de alegria
E com eles quero poder regressar à ribalta
Meu mundo desmorona-se a cada instante
Não tenho pena, não era nada de relevante
Apenas uma vida que caminhava no vazio
Vou começar tudo de novo, tudo do zero
Ser egoísta e refazer as coisas como quero
Reconstruindo de acordo com o meu feitio
* Poema extraído do meu livro AMADOR DO VERSO
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