Quarta-feira, 29 de Setembro de 2010

Ao longo da vida (2010)

Ao longo da vida

foram tantos os caminhos

que percorri.

Trilhos frequentados

outros gastos pelo tempo

e pelo desuso.

Ao longo da vida

andei em linha recta

e em círculos

em busca de tudo e nada.

Andei por andar

ou com objectivos em mente.

Palmilhei quilómetros de incertezas

inverti marchas

forcei passagens

alterei rumos à última hora

repeti percursos.

Ao longo da vida

foram tantas as encruzilhadas

momentos de indecisão

urgência nas escolhas.

Andei tanto ao longo da vida

que gastei as solas das botas

e passei a andar descalço.

Agora

com os pés macerados

e a alma cansada

apenas peço um pouco de descanso

ou um novo par de botas.

 

publicado por manu às 16:29
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Domingo, 26 de Setembro de 2010

Quatro horas (2010)

Tempo de inconsciência induzida

respiração artificialmente assistida

nas mãos de estranhos, a esperança

quatro horas fantasmas numa vida

quatro horas de memória perdida

tempo vivido sem uma lembrança

 

Quatro horas que só posso evocar

quatro horas que passaram a voar

quatro horas ocas que não esqueço

a dor é um simples preço a pagar

o desconforto é fugaz, vai passar

a quem me entreguei eu agradeço

 

Este poema é dedicado a toda a equipa de médicos(as) e enfermeiros(as) do Hospital de S. José, envolvidos, directa e indirectamente na cirurgia a que fui submetido na passada 6ª feira. A todos o meu OBRIGADO

publicado por manu às 17:31
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Domingo, 19 de Setembro de 2010

Um fado (2010)

Desconheço se é pecado

cantar em tom magoado

o que vai neste meu peito

sendo, serei eu perdoado

por cantar assim um fado

neste triste e azedo jeito

 

Desconheço se é pecado

dizer que tenho marcado

um amor no meu coração

sendo, serei eu perdoado

por estar assim agrilhoado

preso a esta doce paixão

 

Desconheço se é pecado

gritar alto por todo o lado

quão dolorosa é esta dor

sendo, serei eu perdoado

por estar assim apaixonado

e sentir urgência de amor

 

Desconheço se é pecado

ter o coração dilacerado

e minha alma manchada

sendo, serei eu perdoado

por um amor ter calado

e manter a boca fechada

 

Desconheço se é pecado

o amor que me foi negado

e me deixou a lamentar

sendo, serei eu perdoado

por me agarrar ao passado

e este fado agora cantar

 

publicado por manu às 21:20
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Sábado, 11 de Setembro de 2010

Noite de sonho (2010)

Noite quente e escura

céu sem estrelas nem luar

é cegueira que perdura

nada vejo na sombra do teu olhar.

Manto de breu envolvente

eterna treva pardacenta

um abraço que se sente

de uma alma que se ausenta.

Na pele uma carícia

um arrepio que floresce

um beijo com malícia

um desejo que cresce.

Toque atrás de toque

paixão p'los teus seios

frémitos loucos, choque

sem pudor, medos ou receios.

Mentes novas, abertas

em incessante luxúria

frescas descobertas

em ritmo de fúria.

Amor feito a gosto

dois seres em sincronia

mas não vejo teu rosto

nem vê-lo, eu podia.

Dois corpos, lado a lado

unidos na escuridão

amanheço transpirado

acompanha-me a solidão.

Acordo de mais um sonho

não passou de fantasia

desperto mais tristonho

por nascer mais um dia.

 

publicado por manu às 21:58
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Sábado, 4 de Setembro de 2010

Atenção à navegação

A todos quantos isto possa interessar

leiam com atenção o que vou relatar

escutem bem o que eu vos vou dizer

há um passatempo prestes a começar

cujo objectivo é a literatura divulgar

e há um livro de poesia para oferecer

 

Convosco pretendo e devo ser honesto

o passatempo é simples, bem modesto

mas ajuda na difusão da nossa língua

é mais um alerta em jeito de protesto

pouco mais é que um simplório gesto

em prol do portuga qu'anda à míngua

 

Quem quiser, deseje e possa aparecer

ou tenha um elevado interesse em ler

livros escritos em língua portuguesa

só tem uma saída, uma coisa a fazer

é dar uma olhadela por lá e assim ver

uma sã iniciativa prenhe de singeleza

 

Até ao fim da próxima semana estará em vigor um passatempo no blogue http://manulomelino.blogs.sapo.pt/ que premiará um dos participantes com um exemplar do meu livro AMADOR DO VERSO. Este será o primeiro de muitos (espero)  para isso conto com a vossa presença e divulgação.

 

publicado por manu às 00:01
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Quarta-feira, 1 de Setembro de 2010

Não há poeta (2010)

Não há poeta cuja mão não trema

ao dar vida à sua própria criação

só um poeta vocifera e blasfema

na sempiterna busca da perfeição

 

Não há poeta que use por emblema

falta de génio, de alma e de razão

porque a poesia jamais será dilema

mesmo nos versos sem expressão

 

Não há poeta que renegue a poesia

e tampouco quem dela se desfaça

por mais que a palavra diga o oposto

 

Não há poeta que creia ser heresia

dizer: O poema é filho da desgraça

e um poeta só o pode ser por gosto

 

publicado por manu às 16:49
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