Primeiro exemplo:
Tive uma namorada de quem gostava
não havia nada que eu não fizesse
só a ela eu via, só ela eu amava
dava-lhe tudo o que ela quisesse
estava doentiamente apaixonado
até uma serenata eu lhe fiz
disse-lhe o que diz um enamorado
queria vê-la para sempre feliz
ela morava num oitavo andar
tive de cantar a plenos pulmões
só aos vizinhos consegui encantar
a partir desse dia foram só confusões
Segundo exemplo:
Conheci esta beleza num casamento
falávamos por telefone diariamente
assim se iniciava um sentimento
encetar namoro era urgente
com o número de telefone na mão
e depois de algumas conversas
fiz o que me ditou o coração
consegui a morada por portas e travessas
com algumas trocas de favores
a felicidade estava ao virar da esquina
mandei um enorme bouquet de flores
para ser entregue à dita menina
por saber que aquela não era a sua morada
liguei para o número para avisar
"Desculpe o senhor esta maçada
mas essa miúda eu quero namorar"
mal sabia eu o que tinha feito
ao ligar para essa maldita oficina
quando soube, apertou-se-me o peito
tinha falado com o pai da menina
Agora digam lá se não somos mesmo tolinhos quando estamos pelo beicinho
De Velucia a 11 de Janeiro de 2009 às 17:16
Manulo
Só por isso acham-se tolos!?
Na, na, na, não!
Memso assim não o acho tolo
Foi em busca do seu interesse
Quem ama corre atrás
Busca aquilo que apetece.
Foi corajoso ao fala com o pai da menina.
Gostei da história contada em poema.
De
manu a 11 de Janeiro de 2009 às 17:32
Olá Vera! Essas histórias têm quase vinte anos. Nessa em que falei com o pai da menina, quem ficou mal foi ela, que passou a ser controlada dia e noite, aquilo que parece um acto de coragem acabou por se transformar num enorme disparate. E é nesse sentido que nós nos apelidamos de tolinhos. Quando estamos a amar de verdade parece que deixamos de pensar correctamente nas situações e acabamos por fazer o errado quando achamos ser o certo. É claro que tudo isto faz parte da vida. Depois de alguns anos, e olhando para o passado, todas essas vivências são recordadas com humor, mas sempre pensamos " onde estava eu com a cabeça para fazer uma coisa dessas?". Abraço.
De Velucia a 11 de Janeiro de 2009 às 22:38
Ainda bem que recorda com humor.
Pois vinte anos se passaram.
Pensei que fosse momentos de agora.
Viver só no passado não dá!
Bola pra frente!
Viver o agora e o presente.
Um abraço.
De
manu a 11 de Janeiro de 2009 às 22:49
Olá Vera! Nem mais. Eu só usei estas minhas memórias (as quais hoje só me merecem risos) para exemplificar o porquê de nos chamarmos tolinhos quando estamos a amar. Depois de ter escrito isto, liguei para um amigo meu ( ele foi um dos que me acompanharam na serenata para o oitavo andar) e rimos muito ao relembrar essa ocasião. Na altura pareceu um gesto muito romântico mas hoje vejo isso apenas como uma memória divertida. Abraço.
Amigo Emanuel
Mais do que os disparates que fazemos, é no nosso dia a dia que notamos que não andamos bem, que estamos "dependentes", que afinal amar é sofrer mesmo...Só que nós (nossa cabeça) não escolhemos quem amar, mas sim o coração, e aí nada a fazer...
Abraço
Alex
De
manu a 11 de Janeiro de 2009 às 20:47
Amigo Alex! Estou completamente de acordo, e uma coisa leva a outra. Os disparates que fazemos não são mais do que consequências do nosso estado de alma, no momento em que estamos a amar. Os sofrimentos do amor levam-nos a perder o tino e vivemos como se não tivéssemos vontade própria. É terrível mas é verdade. Abraço.
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