Um poema de Ruy Belo estava a ler
depois parei e pus-me logo a escrever
só para me distrair um pouco, entreter
porque não tinha mais nada para fazer
como era o poema? É bom de ver
algo de semelhante me propus conceber
alguns podem não me compreender
outros até se vão entediar, aborrecer
podia ir para a rua e desatar a correr
mas está muito frio e eu não ia querer
voltar para a cama por assim adoecer
quando ainda me estou a restabelecer
só à rima é que me obrigo a obedecer
da métrica prescindo, não quero saber
este é apenas um momento de lazer
continuo este poema cheio de prazer
posso ficar nisto até à noite e escurecer
ou parar um pouco antes só para comer
até quando me convier ou apetecer
por quanto tempo aqui me vou manter?
hesito em publicá-lo, dar a conhecer
este poema que em tamanho, está a crescer
escrevo isto sem sequer me aperceber
das suas dimensões, no que me estou a meter
enquanto houver rimas vou permanecer
a escrever como um louco, a enlouquecer
a adrenalina sobe, isto está a aquecer
já sinto o calor do meu sangue a ferver
já não sei de que rimas me estou a esquecer
acho que não repeti nenhuma, quer me parecer
algumas palavras teimam em desaparecer
se derem conta de algum erro, é só dizer
deste poema nunca mais me vou desfazer
até ficou um pouco catita, estou em crer
quero sentir a reacção que vocês vão ter
acho que os vossos comentários vou merecer
De Velucia a 13 de Janeiro de 2009 às 00:04
Oi Manulo
É por escrever tudo isso...
Essa magia que tem em escrever que respondi o teu comentário no Poesia em Rede.
Eu me encanto com a facilidade que tem para a escrita.
E porque não duas profissões?
Um abraço.
De
manu a 13 de Janeiro de 2009 às 00:12
Olá Vera! Agradeço o que disse mas você exagerou um pouco no elogios, minha amiga. Fiquei mesmo encabulado com as suas palavras. Você tocou bem fundo com o que escreveu. Ai amiga, quem me dera que fosse assim tão fácil fazer da escrita profissão. Eu amo o meu país, mas ele é demasiado pequeno para se poder viver do que se escreve. Para além disso, o tempo que o meu trabalho me consome é enorme (embora agora esteja parado por causa da tendinite). Uma vez mais agradeço a simpatia das suas palavras, obrigado de coração. Beijo grande.
De Velucia a 13 de Janeiro de 2009 às 22:07
Oi Manulo
Não acho que exagerei, só disse o que acho!
Eu não disse pra você deixar sua profissão, até porque, viver de poesia, é mesmo que passar fome, pelo menos aqui no meu país.
Eu disse que poderia ter as duas e não deixar a sua, apenas um complemento. Pode escrever nas horas vagas e depois de juntar alguns escritos publicar um livro, por quê não?
Eu também comecei a escrever depois de uma temporada em casa restabelecendo de um problema devido a esforço físico, e que hoje não posso mais trabalhar na minha função. Já tenho em torno de 60 poemas e quando completar 100 vou publicar, mesmo que independente. Claro que vou tentar conseguir quem patrocina mas, se não encontrar, vou fazer assim mesmo. O que vender... se vender...vou doar numa instituição de caridade. Isto é o que quero.
Um abraço.
De
manu a 13 de Janeiro de 2009 às 22:34
Olá Vera! Eu entendi seu comentário dessa forma, sendo certo que o ideal seria fazer da escrita profissão. Eu sempre escrevi muito ao longo da vida e, para além da poesia, tenho três romances inacabados. Eu estou sempre a escrever e guardo tudo o que escrevo ( inclusive os comentários em verso que faço nos blogs). Quem sabe, se um dia esse material não será aproveitado para um livro?!?. Fico contente com a sua iniciativa e desde aqui lhe envio toda a minha força e apoio nesse seu projecto. Que tudo lhe corra como deseja e me avise da evolução dele. Abraço.
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