Cai a chuva lá fora, salpicos pelo vento soprados
um ser que se abeira da janela
sem expressão
olhar vazio, recordações, Invernos lembrados
triste melancolia
triste pela saudade do Verão
mas não é o Inverno que o apoquenta, está só
neste mundo recheado de gente, sente solidão
está miserável
sente-se bem miserável, dá dó
o seu rosto triste é reflexo de dura sofreguidão
acende um cigarro e pensa no passado que teve
na vida que teve e soube viver
será que a soube viver?
mas agora está só
pela janela vê quem passa na rua, mesmo a chover
vê um casal de namorados
e lembra-se dos seus amores passados
das tristezas
mas sobretudo das alegrias do amor
vê uma mãe com uma criança pela mão
e recorda a mulher que não teve
os filhos que quis ter e não teve
a família que idealizou e nunca terá
sente-se à beira das lágrimas mas não chora
porquê chorar o que não se teve?
De MBeirão a 23 de Janeiro de 2009 às 13:09
chorar ao que não se teve é sonhar e quem sonha Vive!!!
Um abraço Poeta
De
manu a 23 de Janeiro de 2009 às 17:26
Amigo Miguel!
O sonho comanda a vida é verdade
e recordar, também se diz, é viver
mas chorar só pode ser fatalidade
do choro não se retira nenhum prazer
Se, por um lado, sonhar pode ser um estímulo para se ir em frente na busca da concretização desse sonho, por outro lado, também pode ser muito doloroso sonhar com algo que se sabe à partida que nunca se vai ter. Um abraço.
De Velucia a 23 de Janeiro de 2009 às 16:09
Oi Manulo
Gostei do teu poema mesmo que melancólico.
Mas devo confessar algo do seu poema, preciso
confessar!
Eu ontem ouvi "um caso", o qual não carece explicar, porque ele depende da nossa crença, mas eu devo te falar...
Nunca fale esta palavra "miserável", pois o vento leva antes da palavra, o pensamento e leva para nos maiores remotos recônditos ou trevas do universo, e você vai atrair... O/os "miserável" perto de ti.
Mas não é só esta palavra, são todas ligadas a negatividade. Eles são como um mantra na nossa vida e acabam por se concretizando, porque o atraímos, esta é a lei do universo. Atração/reação.
O caso da formiga (não é o mesmo caso acima)
Ontem pensei em uma experiência.
Você olha para um local e ali não vê nada, nenhuma formiga.
Coloca neste local um pedaço de casca de maçã.
Depois de algum tempo volta lá e perceba o que está acontecendo.
Provavelmente haverá formigas. Mas, só um tipo de formigas. Porquê só aquelas formigas? Não existe dois tipos de formigas ali, apenas um. Acredito que seja pela lei da atração. O que atrai? E como atrai?
O mel, o doce, o açucar, pelo vento, pela energia do vento.
Só para você refletir.
Ps. Falei porque considero meu amigo.
E desculpe!
abraço.
Abraço.
De
manu a 23 de Janeiro de 2009 às 17:43
Olá Vera! Tudo o que disse, desde de já agradeço, dava para muitas horas de discussão porque está tudo relacionado com o que cada um acredita. Eu sempre respeitei as crenças de cada um, mas como tenho a minha própria maneira de ver as coisas, vejo o assunto de forma diferente de você. Pegando no seu exemplo da casca de maçã e das formigas; e se você colocasse essa casca de maçã dentro de um saco herméticamente fechado? Seria que você encontraria as formigas perto da casca de maçã? Transportando isto para a nossa vida, estou a dizer que as forças negativas só nos podem atingir se não estivermos protegidos delas. Eu, pessoalmente, me protejo de uma forma simples, não acreditando nisso. Peço desculpa por ser tão directo mas é a minha forma de lidar com o problema embora, como disse atrás, respeite as suas crenças. Abraço grande amiga.
De
Breizh a 23 de Janeiro de 2009 às 16:24
Olá emanuel,
pois eu acho que se deve chorar...quando se tem vontade...ajuda a desabafar...
ajuda a encarar um novo rumo ou a dar continuidade ao mesmo.
Gostei muito deste teu poema... tocou-me bastante.
beijo
Breizh
De
manu a 23 de Janeiro de 2009 às 17:53
Olá Breizh! Até posso concordar contigo mas só em parte. Chorar uma perda, chorar de saudade, chorar de mágoa, eu até compreendo, mas chorar por algo que nunca se teve? Este poema acaba por ser um pouco sobre mim próprio e devo dizer que o máximo que posso ter de sentimento em relação às coisas ( leia-se pessoas, relações, etc) que não tive é frustração por não ter sabido na altura reagir em conformidade. Por vezes acho que estive demasiado tempo envolto em imaturidade e agora estou a pagar um pouco por isso. Beijo grande.
Amigo Emanuel,
Bonito poema,
e tal como o inverno no exterior,
também sinto que o narrador
na sua melancolia,
sente o "inverno" no dia a dia
Será que o tempo com sua sabedoria
não lhe traz Vida, Luz, Côr??
Abraço
Alex
De
manu a 24 de Janeiro de 2009 às 10:43
Amigo Alex ! Estes dois primeiros meses do ano são sempre de grande nostalgia e ter estado as últimas semanas de "molho" também não ajudou em nada. Há momentos na vida que os cinzentos predominam e os brilhos dificilmente aparecem, mas melhores dias virão. Abraço.
Está a durar esta melancolia, Manu... eu sei que faz parte das nossas emoções naturais que é absolutamente normal senti-la de quando em vez... mas ... bem, vamos tentando, sempre, o que podemos e nem sempre podemos estar alegres. Mas é um poema triste, é...
Abraço!
De
manu a 24 de Janeiro de 2009 às 10:38
Olá poetisa! É como a amiga diz, são as emoções que, volta e meia, aparecem e se instalam em nós. Acho que ter estado estas duas últimas semanas parado também ajudaram um pouco o aparecimento desta melancolia. Melhores dias virão. Abraço.
Têm de vir, Manu! Este ano está mesmo difícil!
Abraço.
De
manu a 25 de Janeiro de 2009 às 08:51
Nós vamos dar a volta por cima. Abraço.
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