Caminho ligeiro pelas ruas desta nossa Lisboa
cruzo-me com toda e qualquer pessoa
este que tosse, aquele ali que se assoa
gente de Alfama, Graça, Alvito, Madragoa
gente simples numa cidade que não destoa
onde o silêncio nem na noite ecoa
há quem ande perdido ou simplesmente à toa
ouve-se um ou outro grito que ressoa
não pode ser coisa boa
uma mãe defende o filho como uma leoa
ataca o assaltante e não lhe perdoa.
Há quem coma peixe frito com broa
para sobremesa uma suculenta meloa
como digestivo uma voz que fado entoa
uma pomba branca no céu voa
no rio navega uma frágil canoa.
Cuidado pescador com a sua proa
não estás numa regata na lagoa
olha que esse petroleiro te abalroa
se afundas, que vais dizer à tua patroa?
Aquela que em tua casa é rainha sem coroa
aquela que a tua cevada matinal coa
desde o teu regresso de Goa
aquela que por ti eternamente se magoa
e no mercado, o que pescas, apregoa
na sua voz de varina que tão bem soa
aquela a quem tu dedicaste a singela loa
e reza para que a tua vida não se escoa
a tua morte talvez lhe doa
evita, portanto, que essa noticia a moa
e alguém lhe diga: " O seu marido amou-a"
Caramba, Manu! Nunca tinha visto um poema tão longo e tão bem conseguido, de rima única! Parabéns!
Abraço grande. :)
De
manu a 23 de Março de 2009 às 20:03
Olá poetisa! O primeiro poema deste género que vi foi um do Ruy Belo chamado "TO HELENA" em que ele terminava cada verso com um advérbio. Este é o segundo que faço e acaba por ser um bom exercício rimático. Abraço.
Nunca me tinha passado pela cabeça fazer um poema desses! Não é nada fácil, Manu!
Abraço grande!
De
manu a 24 de Março de 2009 às 23:46
Eu também nunca pensei fazer nada semelhante até ler o Ruy Belo. Achei interessante e tentei a minha sorte. O primeiro está um pouco básico e foi mais fácil pois fiz as rimas com a terminação "ER". Este foi mais trabalhado. Abraço.
Pois, este não é mesm nada fácil...
Abraço grande.
De
manu a 25 de Março de 2009 às 23:52
Faz-se o que se pode, havendo inspiração e cabeça para tal. Abraço.
Pois é Manu, mas eu, por exemplo, neste momento, estou quase a ultrpassar o meu plafond de banda larga... não posso nem fazer visitas até ao mês que vem por isso aproveito para dizer que há um prémio à sua espera no http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/
Abraço grande! :)
De
manu a 26 de Março de 2009 às 19:37
Olá poetisa! Tenha atenção... ! Vou já ver esse prémio. Abraço.
De MBeirão a 23 de Março de 2009 às 21:51
Não foi um exercício á toa
O que teu falar entoa
Da nossa capital Lisboa
Escrito pela tua pessoa
Aos meus ouvidos soa
O que tua mensagem apregoa
E eu avalio-a como, muito boa
A poesia que acaba em "amou-a"
sempre a supreender!!!
De
manu a 23 de Março de 2009 às 22:26
Amigo Miguel!
Tento sempre a inovação
no meu acto de criação
só usando a inspiração
mas hoje é um dia não
Abraço, papá babado
Oi Manulo
Muito legal este tipo de poema. Só o conheci após tua resposta à nossa amiga poetisa.
Parabéns
De
manu a 24 de Março de 2009 às 23:50
Olá amiga! É sempre muito interessante testarmos novas formulas. Não é a primeira vez que faço este género de texto mas desta vez a coisa saiu bem melhor. O outro ( Exercício) que fiz foi mais espontaneo mas também mais fácil de fazer. Abraço
De
rosafogo a 24 de Março de 2009 às 01:08
Boa!!!
Que diria PESSOA?
- Que bem que apregoa
A minha cidade LISBOA!
Também eu, fiquei admirada com tanto rimar, ás
vezes é tão difícil encontrar a palavra mágica, porém o amigo ....
Um abraço
rosafogo
De
manu a 24 de Março de 2009 às 23:55
Olá rosafogo! O difícil não foi arranjar a rima mas sim encontrar uma forma de encadear todas as rimas numa história com pés e cabeça.
Tentar inventar um enredo
e dar uso a uma só rima
não tem nenhum segredo
isto não é uma obra prima
Abraço.
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