Nasci em ninho tosco
de galhos e gravetos mal entrançados
fui cria de pássaro solitário
a lei da sobrevivência foi a minha biblia.
De perigos e devaneios escapei
ganhei asas, aprendi a voar
fortaleci-me na escassez
transformei-me em falcão.
Grandes foram os meus voos
em território hostil mas conhecido
persegui presas, fugi de caçadores
sobrevivi.
Planei ao sabor da brisa
mas também voei contra o vento
fiz uso do meu instinto animal
amadureci antes de ser dono dos céus.
Fui um entre muitos
a união faz a força
no número encontrei a segurança
mesmo sendo senhor de mim.
Tive vários companheiros de voo
houve gozo, nunca plenitude
a ave que desejei voava bem mais alto
longe do meu alcance
fora da minha jurisdição.
Ainda tentei acompanhar o seu voo
mas invadiu-me a vertigem cobarde
e a distância foi-se alargando
mudei meu rumo, procurei alternativa.
Rasguei os céus em voo solitário
tentando encontrar complementaridade
nenhuma outra ave cruzou o meu espaço aereo.
Cansado de voar em circulos
pousei, esperei, ansiei
tive vontade de voltar a voar
desejei voltar a ter companhia nos céus
mas já não fui capaz de sair deste solo.
Estou a perder as asas
acho que estou a desaprender
acho que já não sei voar.
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