As memórias teimam em surgir
mas apenas conseguem magoar
más lembranças só sabem ferir
cicatrizes que tardam em sarar
Eu bem sei que recordar é viver
e nunca vou negar esse conceito
mas também sei o que faz sofrer
e sentir amarga tristeza no peito
Ó vis memórias, cruéis, nefastas
que pululam nesta minha mente
deixai-me viver sem sofrimento
E tu ó lembrança vê se te afastas
por ti já sinto insanidade latente
porque glorificas meu tormento
Sei que há águas que não podes lembrar
Mas quem comanda o pensamento?
Estavas tão bem, porque foste recordar
Correntes que secaram com o vento!
Manu...quero um poema a sorrir!
Beijo MAIOR
De
manu a 19 de Maio de 2009 às 17:46
Olá Ausenda!
Não tenho outro remédio senão recordar
e viver com o que me passa pela cabeça
não conheço o que se faz para o evitar
e duvido sériamente que alguém conheça
Aos pedidos dos amigos eu sempre acedo.
Beijo grande
Vejo que o soneto como forma poética o atrai sobremaneira. E os seus sonetos são, pelo pouco que ainda li, interiorizados, são estados de alma relacionados com amores e desamores, ou com frustrações amorosas, ou com recordações algo angustiantes ... Hei-de vir lê-lo mais vezes, pois, por agora, li muito pouco ainda.
Identifico-me em boa medida com os seus sonetos, porque também pratico muito tal forma poética, de que muito gosto, por achá-la a forma , digamos, clássica mais curta ou «ginasticada» e muito atraente de exprimir poesia, predominando no meu caso, como no seu, o soneto repassado de sentimentos tristes meus, embora use também o tipo de soneto descritivo e objectivo, muitas vezes também com a tristeza «à flor do verso».
Também a respeito deste soneto, como do «Helena», o meu grande aplauso pelo valor dele.
Um abraço.
Mírtilo
De
manu a 19 de Maio de 2009 às 17:37
Amigo Mírtilo! Como fiz referência na resposta ao comentário que deixou no poema HELENA, a minha poesia é muito heterogénia. Em relação aos temas, posso dizer-lhe que essa heterogeneidade também existe e, sendo certo que falo muito da condição humana de um modo mais geral, também escrevo com regularidade sobre a minha própria condição, tanto como homem, "poeta" e observador do meu meio. Não raras vezes, os meus poemas são retratos fieis de episódios do meu dia-a-dia. Quanto à qualidade dos sonetos apenas lhe digo que é precisamente por eles que me catalogo de aprendiz de poeta. Como bem sabe, o soneto, nomeadamente o clássico, é uma poesia que exige mais atenção ao nível da métrica e nesse aspecto os meus podem ser considerados sonetos imperfeitos. Sou mais pela estética visual e de conteúdo do que pela mestria sonetista. Abraço.
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