Domingo, 28 de Junho de 2009

Quero (2009)

Quero fazer amor contigo agora

em ti eu preciso me envolver

para aplacar este meu querer

sinto urgência pela demora

vem ficar aqui a meu lado

neste leito onde estou deitado

vem até mim, este que te adora

 

Quero-te perto de mim e beijar-te

perfumar-me com o teu suave odor

sentir nos lábios o teu doce sabor

ver o teu corpo como obra de arte

escrever em ti todos os meus poemas

livrar-me destes funestos dilemas

e da infelicidade, poder libertar-te

 

Quero sentir o corpo que me cativa

acariciá-lo até à extrema exaustão

sentir em ti a premente combustão

que suavizarei com a minha saliva

quero adivinhar em ti a fervura

levar-te-ei sem tréguas à loucura

é essa condição que me motiva

 

Quero, o teu corpo, poder sentir

neste meu corpo pleno de desejo

em teu regaço depositar um beijo

e se me deixares, poder repetir

quero fazer em ti todas as delicias

inundar-te com minhas carícias

e voltar a ver o teu rosto sorrir

 

Quero beijar-te de pólo a pólo

vou amimar esse corpo inteiro

serei o teu amante, o teu parceiro

juntos poderemos perder o controlo

não daremos conta dos segundos

estaremos ausentes noutros mundos

do universo seremos núcleo, miolo

 

Quero que te envolvas em mim

sentir-te aninhada no meu peito

dar-te o prazer a que tens direito

e deixar-te perpetuamente assim

fazer amor contigo ao sabor do vento

prolongar no tempo esse momento

esperando que ele não chegue ao fim

 

Quero sentir de ti, todo o calor

poder envolver-me em teus braços

superar todos os receios, embaraços

sem o estorvo de tabus, sem pudor

quero entrar em ti com delicadeza

desfrutar esse momento de beleza

quero, contigo, poder fazer amor

 

Quero ouvir da tua boca um gemido

ver acelerar o ritmo da tua respiração

sentir na pele a nossa transpiração

fruto desse acto, por ambos consentido

só assim concebo haver algum nexo

em unir os nossos corpos pelo sexo

e sentir o prazer por ambos merecido

 

Quero sentir em ti todo o prazer

que sentem dois corpos unidos

perder, por ti, todos os sentidos

e o momento não poder descrever

quero o teu corpo de lés a lés

ondular em ti ao sabor das marés

e quando acabar, voltar a fazer

 

Quero fazer amor contigo, mulher

chamar-te amor, doce, querida

voltar outra vez ao ponto de partida

é a ti que este meu corpo quer

ter-te em meus braços é urgente

digo aquilo que me vai na mente

e sempre direi o que ela quiser

 

Quero sussurrar nos teus ouvidos

e levar-te quase à inconsciência

conseguir ver-te em transparência

quando estiveres a perder os sentidos

salvar-te da insanidade por um triz

deixar no teu rosto um sorriso feliz

ao libertarmos os nossos fluidos

 

Quero-te a meu lado, na minha cama

nestes lençóis quero a tua nudez

poder amar-te uma e outra vez

pois, por ti meu corpo reclama

espero por ti, envolto em ansiedade

quero dar-te pedaços de felicidade

é por ti que este poema chama

 

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publicado por manu às 12:13
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20 comentários:
De Alexandrino Sousa a 28 de Junho de 2009 às 16:11

Amigo Emanuel,

Bonito poema e com tanto querer....Afinal o que o meu Amigo quer, é o que todo o homem quer...Está no seu direito

Grande Abraço
Alex
De manu a 28 de Junho de 2009 às 17:25
Amigo Alex! Aquilo a que todo o homem tem direito é a felicidade. E sim, eu quero um pouco dessa felicidade e poder partilhá-la. Como sabe, a minha poesia tem muito de espontaneidade e momento e creio que este poema consegue, mais do que qualquer outro que eu tenha feito, mostrar isso mesmo. Todos temos necessidades e eu decidi expôr as minhas desta forma, transparente e sem tabus. Obrigado pelas palavras.
Bom Domingo e Forte Abraço.
De Alexandrino Sousa a 28 de Junho de 2009 às 18:43

Amigo Emanuel,

Só tenho mesmo de o felicitar mais uma vez e dizer-lhe que realmente não me lembro de poema seu em que " expôr as minhas (necessidades) desta forma, transparente e sem tabus." Acho que fez muito bem

Grande Abraço
Alex
De manu a 28 de Junho de 2009 às 19:47
Amigo Alex! E eu só tenho que lhe agradecer uma vez mais as palavras motivadoras.

Forte Abraço.
De rosafogo a 28 de Junho de 2009 às 16:19
É belo, entre os mais belos! Li e fiquei maravilhada, meus parabéns, está perfeito, e faz-nos uma vontade de voltar a ler?! Entrega completa, que coração generoso.

Um abraço
Natalia
De manu a 28 de Junho de 2009 às 17:28
Olá Rosafogo! Acho que não há melhor forma de fazer passar sentimentos que não seja de forma directa e verdadeira. A minha poesia é momento e neste momento este poema é o meu sentir verdadeiro.

Obrigado pelas palavras elogiosas. Abraço grande.
De Triskel a 28 de Junho de 2009 às 19:32
Olá Emanuel,
Aprecio muito a tua escrita...mas devo dizer-te que este poema... é de longe o que mais deteve a minha atenção... além de ser sedutor, o que ajuda... está incrivelmente bem delineado... convida o leitor a vaguear pela fantasia, pelo desejo!

Wow... gosto deste registo em ti... fica-te bem

beijo poético

De manu a 28 de Junho de 2009 às 19:52
Olá Triskel! É muito bom quando recebemos elogios, principalmente quando vêm dos amigos. Obrigado pelas tuas palavras simpáticas. O que escrevo é sempre o que sinto no momento e hoje senti que tinha que escrever este poema, transparente e sem tabus. Fico contente que tenhas gostado. Beijos.
De Triskel a 28 de Junho de 2009 às 20:23
Gostei...bastante...muito giro

podes continuar...tens futuro..com elas
AHahahahaha

De manu a 28 de Junho de 2009 às 20:45
De Utopia das Palavras a 28 de Junho de 2009 às 21:42
Manu

Sabes como eu gosto deste tipo de escrita, sensual, erótica, de desejos e corpos de verdadeira essência, de amor!
E sabes o que é perder o folego a ler o que escreveste? Nem vou atrever-me a escrever nem uma linha de poesia, perante a soberba nudez do teu poema. BELO! BELO! BELO!

BRAVO, AMIGO!

Beijo Maior
De manu a 28 de Junho de 2009 às 21:58
Olá Ausenda! Bolas amiga, até fiquei sem saber o que escrever perante o teu comentário. Nunca imaginei que alguém perdesse o fôlego a ler o que escrevo. Sinto-me lisonjeado pelas tuas palavras.
Beijo grande.
De Maria João Brito de Sousa a 29 de Junho de 2009 às 16:53
Também eu vim lê-lo hoje, Manu. Há, sem dúvida, uma enorme espontaneidade, uma inquestionável fluência na sua poesia, Manu.
Abraço grande! :)
De manu a 29 de Junho de 2009 às 21:37
Olá poetisa! É através de vocês, poetas de agora, que os aprendizes de poeta como eu, vão tendo pontes que os liguem aos poetas do passado, e aos poucos vamos aprendendo e evoluindo, dando continuidade à tradição poética deste nosso país. As suas palavras são motivação extra para que eu procure sempre essa evolução. Obrigado pelo carinho que me devota e pelos incentivos constantes. Um abraço.
De Maria João Brito de Sousa a 30 de Junho de 2009 às 11:50
Pois eu acho que também sou aprendiza.
E nem calcula os sonetos que têm nascido deste intercâmbio de palavras e sentimentos. No fim de contas somos todos aprendizes... no dia seguinte teremos novas ideias, novos conhecimentos.
Abraço grande!
De manu a 30 de Junho de 2009 às 21:17
Aprender até morrer, minha amiga. Um abraço.
De Maria João Brito de Sousa a 1 de Julho de 2009 às 11:19
Assim é, amigo!
Abraço grande!
De manu a 1 de Julho de 2009 às 22:19
É bom senti-la assim mais animada. Um abraço.
De Triskel a 29 de Junho de 2009 às 20:05
Olá Emanuel,
Não resisti... e vim novamente lê-lo... está bonito...mesmo bonito... dá vontade de ler e reler e voltar a ler!


beijo

De manu a 29 de Junho de 2009 às 21:38
Olá Triskel! Vem as vezes que quiseres. Já sabes que os meus espaços têm sempre as portas abertas. Beijos

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