Saio de mim, viajo num mundo paralelo
vejo a vida de uma forma diferente
não sei se devo ficar triste ou contente
nem se tudo é mais feio ou mais belo
dou por mim numa difusa encruzilhada
sem saber qual a direcção mais indicada
e não obtenho respostas de quem interpelo
Volto a mim e prossigo viagem confuso
na minha cabeça não há clareza de ideias
e pergunto a mim mesmo: O que receias?
ao que respondo: De inércia me acuso!
então tento mudar a forma como vivo
volto a sair de mim e busco um motivo
mas tudo continua enfadonho, difuso
Quase a entrar num desespero mortal
recorro a uma auto-observação intensa
exijo tudo de mim e grito: Vamos, pensa!
e procuro na essência, o fundamental
devo tirar partido desta introspecção
e, definitivamente sair desta situação
que apenas e somente me faz sentir mal
E quando a desesperança quase imperava
no fundo do túnel, um sol para mim sorria
caminhei para ele, seu brilho me seduzia
a cada passo dado, a sua beleza aumentava
vi então que não era um sol, era uma estrela
olhei com admiração e tentei percebê-la
fascinado fiquei enquanto me aproximava
Então uma voz ecoou nos meus ouvidos
e disse-me o que há muito queria ouvir:
Vai em frente, persevera, não podes desistir!
e assim consegui despertar os sentidos
pus pés ao caminho, rumei à felicidade
apenas e só porque descobri a verdade
os passos do passado foram irreflectidos
Hoje, sinto que vivo muito mais sereno
sou realista, bastante mais calmo e estável
estou bem comigo, sinto-me confortável
não me vejo como um ser mais pequeno
sei que possuo qualidades, tenho grandeza
dentro de mim encontro toda a destreza
para, sem medos, pisar qualquer terreno
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