É no silêncio da noite que desponta
que procuro o sossego tão desejado
quero-me esvaziar, pôr tudo de lado
e entrar num mundo de faz de conta
poder eternizar uma simples fantasia
esquecer-me desta vida por um dia
e de todo o mal que ela me apronta
É na memória da vida que não tive
que deixo levitar os meus anseios
assim sou livre de todos os receios
que durante anos, em mim contive
quiçá deste modo me liberte de vez
e esqueço o mal que a vida me fez
buscando assim algo que me motive
É na esperança depositada em mim
que eu me animo e arrisco ser feliz
apesar desse oráculo que contradiz
e me prognostica a chegada do fim
mas eu nunca acredito na má sorte
mesmo que à porta me bata a morte
ela não quer que a vida acabe assim
Este é apenas um desabafo fatigado
de quem teve um dia para esquecer
e que sem saber o que aqui escrever
decidiu falar de um dia complicado
outros dias mais suaves logo virão
e será diferente a minha inspiração
hoje saiu isto, estou mesmo cansado
Oh, Manu, você parece desesperado! Ou será só cansado, como diz mesmo no último verso? Mal por mal, que seja só cansado.
Nos dois últimos versos, você, Manu, parece lamentar este poema por achá-lo, digamos, fraco de inspiração, mas nem pense nisso, porque este poema é, como sempre, mais uma obra-prima sua, e até lhe digo que quanto a mim é dos melhores que de si tenho lido.
Na 2.ª e na 3.ª estrofes, sobretudo na 3.ª, e é o que vale, você revela esperança, coragem até, na vida.
Como você diz, Manu, «dias mais suaves virão». O seu doloroso queixume, ou segredo, só você o conhece bem, mas olhe, Manu, que muita gente também teve, ou tem ainda, tal como você, algo do passado que atormenta, e às vezes sem réstia de esperança nem pingo de coragem para lutar e sepultar esse torturante fantasma. Eu próprio já suportei, já sofri, uma experiência dessas.
Tudo poderá ter solução, o que é preciso é saber descobri-la e aplicá-la, o que nem sempre é fácil, é certo, sobretudo de aplicar. Mas ... haja esperança, com coragem à mistura, se possível.
Um abraço.
Mírtilo
De
manu a 7 de Julho de 2009 às 21:33
Amigo Mírtilo! Este texto foi, apenas e só, um desabafo provocado pelo cansaço. Sem saber que assunto abordar, decidi colocar palavras atrás de palavras e saiu este poema. Que posso eu dizer mais perante a vossa (aqui sou obrigado a pluralizar, pois são muito os amigos) generosidade. Obrigado pelas palavras simpáticas e pelo comentário, sempre perspicaz, na decomposição dos meus textos.
São essas palavras a minha motivação
ganho força para seguir com a escrita
são elas o carburante para a inspiração
e a certeza que na poesia alguém acredita
Forte abraço
De
rosafogo a 7 de Julho de 2009 às 00:43
Olá Manu
Eu, acho sempre belos, mais tristes, mais nostálgicos,
outras vezes cheios de força e de vida que até faz vibrar a quem os lê, como lhe digo amigo, são sempre
uma beleza.Nossos momentos , vão alternando, ora alegria, ora tristeza, ora satisfação ,logo o contrário, mas a nostalgia, também provoca poesia linda.
Um abraço e boa semana
De
manu a 7 de Julho de 2009 às 21:36
Olá Rosafogo! Concordo em absoluto consigo sobre a beleza da poesia, seja ela sobre que tema for. Mas já não sei que mais dizer perante os vossos comentários sempre simpáticos, até nos textos que surgem quando a inspiração não é muita. Boa semana, um grande abraço.
Sem sol, um dia agreste
Passa por nós e obcura
Mas alivia, se ao verso deste
A tua palavras mais pura!
Manu...pára um bocadinho, sinto-te acelarado e isso não te faz bem!
Sempre
Beijo Maior
De
manu a 7 de Julho de 2009 às 21:42
Olá Ausenda!
Mesmo sem que a inspiração exista
lá vou escrevendo a minha poesia
faço passos mágicos, qual ilusionista
mesmo sem saber poetiso fantasia
E assim vou respirando...
Beijo Grande
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