Demónios sem cornos ou tridentes
que pululam o interior do meu ser
demónios desdentados mas sorridentes
que ninguém consegue sentir nem ver
São só minhas estas trevas pessoais
o meu lado negro, a minha escuridão
imagens isentas nos cartões postais
seres podres, míseras odes à podridão
Há o demónio da minha alma carente
que no meu peito está presa, reclusa
e o demónio do meu eterno presente
que do passado até ao futuro, abusa
Viaja comigo no tempo e no espaço
não me larga por um único segundo
um demónio que segue o que faço
e me acompanha, amiúde, pelo mundo
Um outro vive da minha memória
faz das lembranças o seu alimento
escarnece de toda a minha história
ridicularizar-me é o seu sustento
Há outro ainda, que se faz notar
finge estar ausente e logo aparece
pela minha boca gosta de falar
e diz sempre tudo o que lhe apetece
Quando me encontro com alguém
sinto que algo vai correr muito mal
faz-me tratar as pessoas com desdém
faz-me agir como um animal
Quando a alguém tento pedir ajuda
um demónio vem resolver a questão
e fica tudo igual, nada muda
para este inferno não há solução
Sou marioneta de mil demónios
nas suas mãos sou pau mandado
os meus sentidos são patrimónios
que me parece ter arrendado
Não me lembro de contratos assinar
não me recordo de nenhum pacto
quero estes demónios eliminar
eliminá-los a todos, de facto
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